Uma adolescente de 17 anos identificada como Maria Eduarda Silva Barreto, conhecida como Nyah, foi assassinada por um jovem de 18 anos, vizinho e colega de classe da vítima. O crime ocorreu na manhã desta sexta-feira (1º) na praia de Atafona, em São João da Barra. Além dela, seu namorado de 16 anos, também foi esfaqueado.
O autor do crime, Gabriel da Conceição Bento, de 18 anos foi preso em flagrante.
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Madeleine Dykeman, o crime foi premeditado, através de uma emboscada. Gabriel e a adolescente estudavam na mesma escola e teriam ficado amigos há cerca de um ano, quando descobriram gostar de um tema em comum: serial killer. Foi exatamente este o atrativo utilizado pelo autor do crime bárbaro para levar a adolescente para a emboscada. Ele a convidou para ir até casa dele, com a desculpa de que iria presenteá-la com um livro sobre o tema. Ela entrou, ele a levou para um cômodo nos fundos do imóvel, onde a asfixiou. Em depoimento, ele contou ter praticado o crime com as próprias mãos. Mas, pelas marcas no corpo da vítima, a delegada acredita que ele tenha usado um fio, possivelmente de uma escova elétrica, informação a ser confirmada pela perícia criminal.
O autor do crime confessou ter tido conjunção carnal (penetraçao) com o corpo de Maria Eduarda, além de ter tentado arrancar uma parte do seio dela, para praticar canibalismo. Apesar da versão do autor, o perito legista confirmou que havia irrigação sanguínea nas paredes da vagina da vítima, o que comprova que o autor a estuprou quando ela ainda estava viva.
Em seguida, o autor, friamente, pegou o celular da vítima e constatou que ela havia mandado mensagem para o namorado, Lucas Lima de Castro de 16 anos, avisando que iria à casa de Gabriel. Logo, temendo ser descoberto, ele então se passou por Maria Eduarda e mandou uma nova mensagem pro namorado dela, convidando o adolescente também para a casa dele. Em seguida, escondeu o corpo de Maria Eduarda em baixo de um sofá.
Lucas então, se deslocou para a residência. Ao chegar no local, Gabriel o levou para o mesmo cômodo onde a adolescente foi morta. Em seguida, Gabriel deferiu contra o adolescente um golpe de faca, na tentativa de acertar a artéria carótida, localizada no pescoço da vítima. Porém, Lucas se defendeu, e entrou em luta corporal com o jovem, logo, a facada acabou atingindo Lucas no rosto, e nas costas.
A irmã do autor, que mora na casa da frente, ouviu os gritos de Lucas, e foi até o local. Chegando lá se deparou com a cena do crime, ela então começou a gritar que seu irmão era um assassino, situação que chamou a atenção de populares. Gabriel foi levado por ela para fora de casa e ele foi agredido pelos vizinhos, que acionaram a polícia e o mantiveram no local até a chegada da viatura.
O namorado de Maria Eduarda (Lucas Lima de Castro) foi socorrido e encaminhado para o Hospital Ferreira Machado, onde foi submetido à cirurgia, e seu estado de saúde é considerado estável.
O autor do assassinato e da tentativa de assassinato contou que desde criança sente o desejo de matar pessoas. Ele disse que ainda pequeno atraía as crianças para casas abandonadas, na intenção de matá-las, mas desistia antes de tomar qualquer iniciativa. Desta vez, diante do desejo de matar alguém, ele achou que Maria Eduarda seria uma presa fácil e que conseguiria atraí-la utilizando tema de serial killer, e assim o fez. Ele disse que nunca teve relação afetiva com a vítima, tampouco tenha tido um amor platônico por ela. A escolha da vítima teria sido aleatória, diante da facilidade de levá-la para a emboscada. Gabriel já havia tido atendimento com psicólogo, mas nenhum diagnóstico que indicasse necessidade de tratamento foi fechado.
Gabriel da Conceição Bento, responderá pelos crimes de homicídio qualificado em relação à Maria Eduarda; homicídio qualificado tentado em relação ao namorado dela - ambos os crimes preveem pena que varia de 12 a 30 anos de prisão, sendo que o tentando pode ter redução de 1/.3 a 2/3; além de responder pelo crime de vilipêndio a cadáver, cuja pena varia de 1 a 3 anos de prisão. A aplicação das penas caberá ao juiz que apreciar o fato.