Soja
A PESAGRO-RIO realizou o primeiro dia de campo do ano no último dia 16. O evento sobre o Desenvolvimento da Soja no Norte Fluminense aconteceu na Fazenda Santa Helena, em Campos dos Goytacazes, aonde há uma produção de diversas cultivares em uma área de 106 hectares. O principal objetivo do evento foi mostrar à produtores, técnicos e sociedade civil o estabelecimento da cultura da soja na região, que só em Campos já conta com mais de 500 hectares cultivados. O grande destaque apresentado foi a adaptação de seis cultivares de soja, que após seis anos de pesquisas proporcionam produtividades médias acima da nacional (4000 hg/ha x 3362 kg/ha).
O trabalho com soja no Norte Fluminense envolve uma série de instituições como a PESAGRO-RIO, a EMBRAPA, a UFRRJ e a UENF. O diretor técnico da PESAGRO, Silvio Galvão, afirmou que os resultados obtidos na região evidenciam a importância do trabalho da pesquisa e da colaboração entre os mais diversos entes envolvidos no agronegócio.
"Esse não é um trabalho novo, é um trabalho de décadas. Cada vez fica mais clara a importância de trabalharmos em parceria para colhermos resultados mais interessantes e de forma mais rápida. A parceria entre poder público e iniciativa privada, junto com os produtores, tem mostrado resultados positivos. Ninguém faz nada sozinho e os desafios da atividade agropecuária, seja com soja, milho ou café, é responsabilidade do poder público. Por isso é fundamental apresentamos esses resultados, para contribuirmos de forma efetiva para o aumento da produtividade no campo", destacou Silvio.
viabilidade da cultura de soja vem sendo estudada pela PESAGRO-RIO desde 1983, quando foi firmada uma parceria com a EMBRAPA Soja. Na ocasião, um grupo de pesquisadores do Centro Estadual de Pesquisa em Agroenergia e Aproveitamento de Resíduos (CEPAAR) passou a trabalhar em conjunto com pesquisadores de Londrina, especializados em melhoramento genético. Após cinco anos de pesquisa a PESAGRO publicou o primeiro informe sobre cultivo de soja no Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Arivaldo Viana, que desde a década de 80 tem estudado o assunto, acredita que o cenário é animador e aposta que o grão pode ser uma alternativa interessante para os produtores daquela região.
"Hoje temos uma situação totalmente diferente da que tínhamos nas décadas de 80 e 90. Após anos de pesquisa e a introdução de novas tecnologias, como pulverização nas lavouras através de drones, conseguimos superar a produtividade média nacional aqui no Norte do Rio. O mercado atual é grande, no campo animal a soja é uma proteína do mais alto valor. Acreditamos que em breve teremos também uma soja hortaliça (edamame) no Estado, destinada para alimentação humana. Ambos são produtos de alto valor no mercado", acrescentou o pesquisador.