O MinistĂ©rio PĂșblico Eleitoral pediu à Justiça a suspensão do registro de candidatura do ex-coach Pablo Marçal, postulante do PRTB à prefeitura de São Paulo, e a abertura de uma investigação por abuso de poder econômico. A solicitação, assinada pelo promotor Fabiano Petean, foi encaminhado no Ășltimo sĂĄbado 17.
A suspeita Ă© que o empresĂĄrio esteja turbinando a própria audiĂȘncia nas redes sociais com impulsionamento irregular de publicações, omitindo o dinheiro utilizado para isso - uma conduta vedada pela legislação eleitoral.
HĂĄ tambĂ©m um pedido para quebrar os sigilos bancĂĄrio e fiscal do candidato. Procurada, a assessoria de imprensa de Marçal ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.
Segundo o diretório municipal do MDB, o candidato do PRTB adotou uma "estratĂ©gia de cooptação de colaboradores para disseminação de seus conteĂșdos em redes sociais e serviços de streaming que, com os olhos voltados para as eleições, se reveste de carĂĄter ilĂcito e abusivo". Na avaliação do promotor, essa estratĂ©gia, se comprovada, tem o poder de "desequilibrar o pleito eleitoral".
Petean ainda disse que a possĂvel "omissão do dinheiro desempenhado para os pagamentos e impulsionamento" de tais publicidades Ă© um "comportamento que depõe desfavoravelmente" ao registro de candidatura de Marçal, o que caracteriza financiamento não declarado de campanha e compromete "sistematicamente as contas a serem analisadas".
O perĂodo de prĂ©-campanha, ressaltou o promotor, deve se voltar à discussão de polĂticas pĂșblicas, sem gastos excessivos, "especialmente se eles ficarem, num primeiro momento, à margem de qualquer contabilização oficial e fiscalização da Justiça Eleitoral".
"Com o mĂĄximo respeito, não se sabe de onde vieram os recursos utilizados para alavancar o nome do investigado e tampouco quanto de dinheiro foi utilizado nesse momento. O que se sabe Ă© que tais atos (tĂpicos de campanha) consumiram recursos financeiros que não poderiam ser gastos nesse momento e, por isso, resta caracterizado o abuso de poder econômico", sustentou Petean.
O representante do MP argumenta haver "nĂtida existĂȘncia de um verdadeiro abuso de poder", porque Marçal teria iniciado sua campanha "com utilização dos recursos econômicos não declarados e, outrora, originados de empresas e de financiamento pĂșblicos questionĂĄveis, realizando atos ilĂcitos, não de propaganda ilĂcita antecipada jĂĄ apuradas, mas abusando tambĂ©m do poder polĂtico para extrair sua vantagem indevida na captação de votos".
Fonte: Carta Capital