O prefeito Wladimir Garotinho e o presidente da Ferroport, Carsten Bosselmann, assinaram, nesta terça-feira (04), um Protocolo de Intenções firmando a parceria entre o Município e a empresa que opera o terminal de exportação de minério de ferro no Porto do Açu para a realização de projeto e obras de restauro do Solar dos Airizes. Por meio da Lei de Projetos de Incentivo à Cultura (Lei 8.313/91), a parceria prevê, também, a manutenção do acervo cultural do solar do Século XIX, um patrimônio histórico do município. O documento foi assinado durante reunião que contou com a participação do procurador Geral do Município, Roberto Landes; a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas; e os secretários de Planejamento Urbano, Mobilidade e Meio Ambiente, Cláudio Valadares, e de Comunicação Social, Sérgio Cunha, além de representantes da empresa do Porto do Açu.
"Esse é um dia histórico, em que estamos dando um passo extraordinário rumo à valorização da nossa cultura e da nossa história. Parabenizo à equipe da Ferroport por entender a importância desse trabalho, dessa parceria que representará uma verdadeira conquista para o povo campista e de toda a região", destacou o prefeito Wladimir Garotinho.
Conforme a Portaria nº 952, publicada no Diário Oficial do Município em 16 de maio deste ano, a Ferroport integra o Grupo de Trabalho (GT), criado pelo prefeito Wladimir Garotinho, para definir os estudos e ações relativos à restauração do Solar dos Airizes, prédio histórico situado em Martins Lage, na BR 356 (Rodovia Campos-São João). Também fazem parte do GT, que é presidido pelo subprocurador Geral Luiz Francisco Boechat Jr., representantes da FCJOL e das Secretarias de Planejamento Urbano e de Obras e Infraestrutura. O CEO da Ferroport, Carsten Bosselman, destacou o interesse da empresa de ver o solar restaurado.
"A gente se reuniu para assinar um termo de trabalho conjunto para a criação de um projeto para definir como vamos reformar o Solar dos Airizes, que ficou tanto tempo abandonado e, agora, tem a oportunidade de ganhar vida de novo. Vamos avaliar medidas conjuntas para restaurar o prédio em parceria com a Prefeitura. O grupo vai iniciar as discussões técnicas sobre as intervenções, formulação de projeto e suas etapas, principalmente aquelas de caráter mais urgente", declarou o CEO Carsten da Ferroport, joint-venture formada pela mineradora sul-africana Anglo American e pela Prumo Logística.
O procurador Geral do Município, Roberto Landes, explicou o objetivo e resultado da reunião, com a assinatura do Protocolo de Intenções. "O Protocolo de Intenções que foi assinado hoje formaliza a vontade da Ferroport de abraçar o projeto de restauração do Solar dos Airizes. Nas próximas reuniões do Grupo de Trabalho serão colocadas as possibilidades de projetos, para se entender a dimensão, tempo, valores, entre outros detalhes. Depois, a partir do consenso do GT, vai ser montado um projeto a ser submetido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a outros órgãos competentes para, com a aprovação, se dar início às obras de reparo e restauração do Solar dos Airizes", detalhou o procurador Landes.
Também participaram da reunião e assinaram, como testemunhas, o Protocolo de Intenções, a gerente Jurídica da Ferroport, Patrícia Lerina; os advogados da empresa, Pedro Araújo e Beatriz Carlantonio; além assessora de Comunicação, Isabelle Bento.
Solar dos Airizes
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1940, o Solar dos Airizes foi residência de Alberto Lamego, um dos nomes mais conhecidos de Campos dos Goytacazes. Construído no século XIX, o casarão está fechado para visitas e ocupação, mas a prefeitura tem projetos para instalar um museu do Açúcar ou da Cultura Popular no local.
O casarão foi construído a pedido do Comendador Cláudio do Couto e Souza para servir como sua moradia. Após várias gerações, hoje o Solar pertence a Nelson Luis Lamego.
O Solar é uma construção de estilo colonial, típica construção das fazendas da época. Possui dois pavimentos de mesmas áreas, onde o primeiro é um porão alto e o segundo a parte habitável. Sua planta tem formato de "U"; sua fachada é distribuída simetricamente e tem extensão de 45 m; possui inspiração neoclássica e não possui muitos adornos decorativos, o que a faz possuir uma arquitetura "sóbria e equilibrada".
A fachada principal possui cinco grandes janelas em arco pleno com raios em madeira e três estreitas sacadas com grades de ferro. As demais fachadas seguem um mesmo padrão de abertura com vergas retas. Seu sistema construtivo é de alvenaria autoportante de adobe ou tijolos cerâmicos maciços e madeira.